Bem, esta minha postagem não trará grandes novidades para
os leitores mais antigos, mas creio relevante render homenagens, definir marcos
e referências para os recém chegados.
Infelizmente, até os dias de hoje, os quadrinhos ainda são
vistos como um passa tempo infantil, com roteiros pueris e desenhos
cartunescos, simplificando a leitura dos mais jovens. Porém, desde os anos 80
isso já não é bem assim.
É claro que antes disso, na Europa, os quadrinhos já
possuíam um outro status mais maduro, porém, apenas com a indústria editorial
americana esse novo paradigma ganha relevo para a cultura pop com a ajuda de
três grandes autores, responsáveis por elevar a nona arte a um outro nível:
Frank Miller, Alan Moore e Neil Gaiman, sendo esses dois últimos ingleses.
O primeiro, mais
afeito à literatura noir e personagens urbanos, teve sua grande chance na
Marvel desenhando e depois também roteirizando as histórias do Demolidor, sendo
o criador da personagem Elektra, criou Ronin e indo para a DC participou de
Batman – ano um e criou um dos maiores clássicos dos quadrinhos: O Cavaleiro
das trevas, o qual é utilizado como base para o novo filme do homem morcego em
que enfrenta o Superman.
Alan Moore, considerado o bruxo dos quadrinhos,
revolucionou a indústria com seu novo olhar sobre o Monstro do Pântano e A
Piada Mortal, onde o Curinga aleija Bárbara Gordom, a Batgirl e roteirizou o
grande V de Vingança. Mas, foi com Watchman que ele reformulou todo o conceito
de herói já tão sedimentado na indústria, descontruindo o mito
e passando a limpo as principais questões políticas dos anos 80, sendo
considerado um dos 100 melhores livros do século XX, o que rendeu um
surpreendente filme dirigido pelo competente Zack Snyder.
E por último, mas não menos importante, Neil Gaiman, o
contador de histórias. Como em contos de fadas suas histórias sempre passeiam
pela magia, personagens intrigantes e algumas doses de terror. Com obras
fabulosas como Orquídea Negra e Os Livros da Magia e outras mais autorais como
Violent Cases e Mr. Punch foi com Sandman que ele prestou sua grande
contribuição. Criando uma grande mitologia em torno dos Perpétuos, tem como
ponto central o Senhor do Sonhar, costurando histórias de família, pesadelos e
fantasia com a participação de várias lendas do mundo a obra se torna uma saga
fabulosa contribuindo com a elevação dos quadrinhos ao patamar dos melhores
clássicos da literatura.
Bem, e isso é só o básico.