No último dia 6 de agosto fez 70 anos que se deu a primeira
detonação de uma bomba atômica com fins destrutivos na cidade de Hiroshima, no
Japão durante a segunda guerra mundial, seguida de uma segunda detonação três
dias depois em Nagasaki, somando um total de mais de 200 mil mortes, sendo a
maioria civis, embora estes números sejam imprecisos, uma vez que ao longo das
décadas muitos sobreviventes morreram em razão de câncer contraído pela
radiação.
Este triste capítulo de nossa história é formidavelmente
contado em 10 volumes por um dos sobreviventes, Keiji Nakazawa, que tinha 6 anos quando a bomba destruiu sua cidade
matando toda sua família, salvo sua mãe. Com 22 anos muda-se para Tóquio
tornando-se quadrinhista, quando lança GEN
– pés descalços, uma das obras japonesas mais conhecidas no ocidente que
narra pelos olhos de uma criança os detalhes de quem vive a experiência de
perder tudo.
Infelizmente li por esses dias nas redes sociais
comentários de que o uso da bomba atômica não tinha sido tão grave e que os
japoneses não eram vítimas em razão das atrocidades que praticavam,
principalmente na ocasião da ocupação da China.
Sem dúvida, o Governo Japonês foi responsável por inúmeras
atrocidades, porém, não podemos admitir que uma atrocidade justifique outra,
principalmente envolvendo civis, legitimando um revanchismo retrógrado que
abomina o diálogo e a consideração do outro e da vida.
Segundo o próprio autor: “Depois da bomba, viver se tornou
algo mais infernal.”
Boa leitura!