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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

GANDHI: UMA BIOGRAFIA EM MANGÁ


Poucas personalidades foram tão emblemáticas no século XX quanto Gandhi e muito já se escreveu e filmou sobre ele, um pacifista que muitos confundem como se fosse um líder religioso sendo que, em verdade, era um grande advogado e personagem político, que viveu para ajudar seu semelhante e libertar seu povo do domínio britânico segundo os preceitos de sua religião, o hinduísmo, que prega o respeito e o amor ao próximo.

Somando a esse acervo Kazuki Ebine nos brinda com uma competente biografia deste grande homem lançada pela Tambor Editorial, narrando desde sua juventude e passando pelos principais pontos de sua trajetória, sua luta pacífica contra o governo britânico através da desobediência civil, boicotes, greves e uma liderança repleta de carisma que em nenhum momento usa da violência.

E tudo isso sem atropelo, sendo a história narrada de forma fluida e empolgante, tornando ainda mais agradável a apresentação deste líder cujo significado segue presente até os dias de hoje.


Boa leitura!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

HOJE É O ÚLTIMO DIA DO RESTO DA SUA VIDA... OU NÃO?


Já há algum tempo está na moda quadrinhos autobiográficos. E por esses dias me chegou às mão por meu amigo José Carlos a volumosa história da Austríaca Ulli Lust sobre suas desventuras na juventude com uma amiga numa viagem a pé até a Sicília em 1984.

            Semelhante ao modelo dos road movies, teríamos um road comic, em que a autora narra os vários perrengues em busca de liberdade e o sonho de ver o mar encontrando com personagens de todos os tipos, o que rendeu a presente obra que já ganhou alguns prêmios na Europa.

            Porém, confesso que fiquei muito confuso sobre minhas próprias impressões, pois numa postura punk as protagonistas aceitaram de bom grado se sujeitar a uma série de situações bem degradantes que, num primeiro momento aceita-se pelo desapego da juventude, até se chegar a casos de violência, como dormir na rua, admitir ter relações sexuais contra a vontade com parceiros distintos apenas para dormir debaixo de um teto, drogas, estupro e até um encontro com membros da máfia italiana.

            Com isso, numa jornada dessa natureza, eu imaginava que fosse tratada com certo humor, ainda que negro, intercalada com o absurdo das situações ou como denúncia, num diário sobre redenção. Mas, não é o que se observa. Embora, em certo momento a autora perceba sua situação de risco e volta para a segurança do lar, em nenhum momento há arrependimento pela violência que ela impôs a si mesma, dificultando muito qualquer empatia com a personagem.

            Por outro lado, tratando do tema que é nosso blog, conclui pela única forma que seria possível uma leitura da obra. Um alerta. Sim, creio que ela deve ser trabalhada nas escolas junto aos jovens numa forma de registro vivo das várias maneiras que uma pessoa de forma impensada pode se colocar em risco e se submeter à degradação moral sem que agregue qualquer valor nisso.


            Boa leitura!