Diante das várias
possibilidades de gêneros permitidas pelos quadrinhos, não demorou muito que
histórias sombrias ganhassem seu espaço.
Desde os anos 30, com a revista pulp Dime Mistery nos
Estados Unidos e mesmo aqui no Brasil com o Garra Cinzenta, já vemos os
quadrinhos enveredarem pelo terror, ainda que em um viés mais policialesco.
Mas é nos anos 60 que o terror ganhou força, crescendo o
número de artistas e histórias sobre o gênero, como as revistas Creepy e Eerie,
as quais foram lançadas aqui no Brasil entre 1976 e 1981 na saudosa revista
Kripta.
De lá para cá tivemos várias obras dignas de nota, como
Sandman, Monstro do pântano, Hellboy, 30 dias de noite e Walking Dead, sem
falar nas criações nacionais como Mirza, a mulher vampiro, Zé do Caixão e a
revista Calafrio publicadas por aqui nos anos 70.
Todavia, embora goste muito do segmento, confesso que
nunca consegui sentir medo com as histórias, diferente de filmes e livros.
Talvez falte a plasticidade e a realidade do cinema e a imaginação exigida numa
obra literária. O meio termo gráfico não consegue despertar o mal estar gerado
pelas vísceras e nem o suspense necessário em razão do aspecto temporal
quebrado pelos quadros, pois com uma pequena virada de olho você consegue
vislumbrar o que vem a seguir.
Assim, o terror nos quadrinhos se destaca mais pela
originalidade das histórias, pela narrativa e construção dos personagens do que
pela artimanha de sustos e o horror gratuito, sendo o medo apenas um elemento
para se contar uma boa história.
E para homenagear o gênero a Darkside lança Creepshow, a
quadrinização do filme lançado em 1982 com roteiro de Stephen King e dirigido
pelo mestre George Romero que possui 5 contos belamente ilustrados por Bernie
Wrightson que vão de ameaças do espaço até a vingança buscada pelos mortos, mas
narradas como os clássicos dos anos 60.
Nenhum comentário:
Postar um comentário