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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Quadrinhos nacionais: muito bem, obrigado!

Há alguns anos atrás eu tinha sérios problemas com quadrinhos nacionais. Simplesmente não me convenciam. Tirando a vertente que sempre foi forte, o humor, com Ziraldo, Henfil, Angeli, Glauco e Laerte, via-se muito arremedos de quadrinhos americanos e com roteiros muito fracos. Na verdade, durante os anos 80 e 90, sem querer generalizar, mas já generalizando, víamos bons desenhos, mas as histórias e diálogos eram bem pueris.

Porém, para nossa sorte, a coisa mudou já tem um bom tempo. E a nova safra veio com tudo! Uma pena que ainda sejam trabalhos isolados no sentido de que, geralmente, são desenhistas que nasceram com a graça de escrever bem e bolar boas histórias, o que facilita fazer seu próprio trabalho, demonstrando como ainda é tão pouco profissional a produção de quadrinhos no Brasil, sendo rara a união de artistas sérios e engajados para a construção de uma obra, dividindo as tarefas de roteiro, arte, arte final, letras entre pessoas diferentes.

E nossa contribuição de hoje tratará exatamente disso: de alguns quadrinhos nacionais da nova geração que são imperdíveis.

Para mim, o mais incrível de todos ainda é Mesmo Delivery do Raphael Grampá, que narra a história de uma agência de entrega muito misteriosa no melhor estilo Tarantino.
Bando de Dois de Danilo Beiruth que traz uma aventura empolgante de bang bang no Cangaço brasileiro, com direito à cangaceiros, tenentes, seca e muita poeira.

Yuri: quarta feira de cinzas de Daniel Og, a qual conta a inusitada história do sujeito que morre no carnaval do Rio de Janeiro e volta, tal como um zumbi, porém totalmente consciente e, como ele diz, sem nenhuma iluminação ou mensagem ou missão divina. Numa grande reflexão sobre o estar vivo, e ainda com algumas doses de humor, uma passagem do personagem resume bem o teor da obra: “E a única coisa em comum entre eu e a cidade maravilhosa... É que nós dois estamos apodrecendo.”

E um dia me chegou por acaso Cidadão N de Danyel Lopes. Este com um tom um pouco mais infanto juvenil, mas, ainda assim, não menos brilhante e nada ingênuo, pois se refere a um menino que é capaz de ver possibilidade e que vai ajudar uma ideia desperdiçada a voltar para a inspiração numa narrativa repleta de magia com uma das ilustrações mais belas que já vi no quadrinho nacional.

E por fim, mas não menos importante, saindo do forno temos Ilhado: sonho antigo. Ele está em pré-venda, mas já chegou para nós aqui do blog e trata de uma história no melhor estilo Vertigo de um rapaz que se encontra com sonhos recorrentes que, estranhamente, parecem mais reais do que deveriam.



Boa leitura!




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