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sábado, 21 de março de 2015

AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA LUTA CONTRA A CENSURA NO BRASIL

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O presente trabalho tem como objetivo contribuir para a construção de uma história sobre as histórias em quadrinhos no Brasil, a partir da luta dos editores de empresas de suplementos, revistas e gibis contra o incremento da tirania dos censores que se agravou durante as décadas de 1950, 1960 e 1970, que representavam os interesses das elites e das ditaduras civis e militares, que propagavam seus valores éticos e morais, determinando o que poderia e/ou deveria ser lido e ensinado para o leitores brasileiros, sobretudo para o público infanto-juvenil. 

A linguagem direta, objetiva e os diálogos das HQs tem um poder de penetração muito grande na formação do pensamento do leitor, sobretudo devido ao apelo das imagens, o que leva a estruturação de um foco de resistência à ideologia dominante daquela época. O psiquiatra Friedrich Werthman, em seu livro “A Sedução dos Inocentes” (1951) apontava os heróis e super-heróis das HQs como responsáveis pelos desvios comportamentais da juventude norte-americana. Esse trabalho influenciou a linha de pensamento de educadores, professores, pais, psicólogos e outros profissionais brasileiros, reforçando a visão conservadora e preconceituosa em relação às HQs comercializadas em território nacional. 

Coube a Adolfo Aizen, criador da EBAL, o pioneirismo de romper essa concepção retrógrada em relação aos quadrinhos enquanto uma forma literária híbrida (diálogos e grafismos). Posteriormente, seu maior concorrente, Roberto Marinho, fundador do Jornal O Globo e da Rio Gráfica Editora (atual Editora Globo), tornar-se-ia seu maior aliado na consolidação dos quadrinhos como instrumento literário inclusive com ampla utilização como recurso didático-pedagógico. As revistas eram obrigadas a circular com o selo do “Código de Ética”, baseado no modelo americano de 1954, o que de certa maneira garantia as vendas das HQs e a sobrevivência das editoras desse segmento. 

Atualmente, o cajado que defende o mundo dos quadrinhos, através de críticas e ensaios especializados é o editor Gonçalo Jr, onde destacam-se várias obras, dentre elas a famosa “A Guerra dos Gibis”.


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