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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

QUADRINHOS CHILENOS


Bem, aproveitando a confusão no Rio em razão dos jogos olímpicos demos uma fugida à Santiago no Chile. E como não poderia deixar de ser, fui à caça de quadrinhos locais, considerando que pouco se chega por aqui quando se trata de obras de nossos hermanos.

Primeiramente, como ocorre nos Estados Unidos, a distribuição é precária e se dá apenas em comic shops, sendo parcos os exemplares que chegam à banca de jornal, havendo uma rara exceção, um de seus  personagens mais queridos: El Condorito. Criado pelo cartunista chileno René Rios, Condorito é um condor que vive numa cidade imaginária com outros personagens antropomórficos vivendo situações corriqueiras, mas sempre com muito humor narradas em piadas curtas de uma  página e poucas cores, sendo predominantes o preto, branco, cinza e vermelho, publicada pela Televisa e distribuída por vários países da América Latina.



Quanto a outros quadrinhos, tal como aqui no Brasil, encontramos outras obras autorais apenas nas lojas e na forma de álbuns, com lançamento independente ou por alguma editora local.
Um deles é Lovecraft em comic, uma adaptação de contos de terror deste autor, que ficou renomado pela criação de uma mitologia em torno de criaturas ancestrais, sendo Cthulhu o mais famoso, cuja mera presença é capaz de levar à loucura, escrito e ilustrado pelo competente Juan Vasques e lançado pela Biblioteca Chilenia.

Obra mais independente é Nuke: la ciudad salvage, escrita por Gonzalo Oyanedel e ilustrada por Ximena Rodríguez e narra a história de uma Santiago devastada por um grande terremoto repleta de escombros e gangues tentando sobreviver a uma raça mutante que surge do subterrâneo. Bem bacana.
E mais recente temos El Gran Guarén de Claudio Alvarez e Pedro Tralkan, com um traço mais para o mangá, consegue mesclar uma aventura com doses de terror e questões políticas quando ratos gigantes surgem debaixo do centro de poder da Capital, publicado pela accion comics.



Assim, o quadrinho no Chile está vivo, além das inúmeras obras europeias que por lá chegam, mas isso, ficará para um próximo encontro.

Boa leitura!   
   
 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O CORAÇÃO DO CÃO NEGRO


Em meio a tantas adaptações literárias é sempre bem vinda uma obra autoral nos quadrinhos brasileiros, principalmente quando de qualidade como é o caso de “Contos do Cão Negro – Volume I” publicado pela Editora AVEC.

 Passada na Irlanda em 1022 DC, mas com toques de fantasia, a criação dos gaúchos César Alcázar e Fred Rubim narra as aventuras na Irlanda de Anrath, um mercenário gaélico, mas criado entre Vikings que vende sua espada para quem melhor pagar.

Ainda que lembre bastante Conan, o bárbaro, nosso guerreiro consegue ter personalidade própria, principalmente por utilizar um período histórico real de nosso mundo. O roteiro é muito bem articulado, pois não parte da origem do herói, alocando-o já citando fatos ocorridos, mas que são esclarecidos ao longo da aventura aproveitando de forma incrível o espaço, pois embora seja o volume I trata-se de uma história fechada em que Alcázar consegue narrar fatos relevantes do passado do personagem, definir um bom antagonista e encerrar o álbum com 62 páginas sem correria.

O traço de Fred também é muito competente, passando toda a atmosfera cinzenta que a história exige e a diagramação do álbum não deixa nada a desejar ao formato europeu, muito bem acabado.

            Parabéns à equipe e que venham outras aventuras do Cão Negro.

            Boa leitura!