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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Núcleo de Pesquisas em Quadrinhos


Os professores e autores deste blog André Luís Soares Smarra e Cesar Augusto Lotufo agora integram o NUPEQ - Núcleo de Pesquisas em Quadrinhos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, coordenado pelo professor, pesquisador e escritor Dr. Nataniel dos Santos Gomes.


+ de 10.000 ACESSOS

Olá Pessoal!


No dia 20 de março de 2015 (33 dias atrás) criamos este Blog com o intuito de divulgar artigos, trabalhos, livros e comentários sobre Histórias em Quadrinhos e Educação. Com o apoio de vocês estamos postando conteúdo relevante e estamos sendo vistos em mais de 10 países, em todos os continentes.

Ao abrir o blog hoje, eu e Lotufo, tivemos a grata surpresa de verificar que estávamos com 10.007 visualizações! Ou seja, graças a todos vocês, conseguimos, no primeiro mês de existência, que o blog fosse visualizado mais de 10.000 vezes, em vários lugares do mundo!

Isso nos trás grande alegria e satisfação mas também mostra a responsabilidade que temos em mantê-lo atualizado e trazer informações de relevância.

Por favor, continuem mandando emails com sugestões, notícias, críticas, etc. É a sua participação que faz este blog funcionar.

A todos leitores nosso MUITO OBRIGADO!


quarta-feira, 22 de abril de 2015

O PAPEL DA EBAL NA CONSOLIDAÇÃO DAS HQS COMO FERRAMENTAS EDUCACIONAIS

Por

     Atualmente, educadores, de maneira geral, parecem concordar com o fato de que uma imagem associada a um texto direto, simples e explicativo favorece o processo ensino/aprendizagem. Também, aparentam assentir que a quadrinização de obras literárias nacionais e universais, além de capítulos da história (brasileira e geral), tornam mais prazerosos os momentos de estudo. Entretanto, houve uma época em que as histórias em quadrinhos eram consideradas vilãs da educação. Um dos fatores que iniciou a modificação desta imagem foi o lançamento, em 1948, pela EBAL da Revista Edição Maravilhosa, que trazia uma adaptação para os quadrinhos da obra literária Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Esta revista seguia o modelo de sua irmã norte-americana Classics Illustrated, já no mercado desde 1941. A EBAL, por meio do seu editor Adolfo Aizen, foi a primeira a valorizar a literatura nacional com adaptações dos roteiristas e ilustradores da própria editora. Obras como Mar Morto (Jorge Amado), A Moreninha (Joaquim Manoel Macedo), O Navio Negreiro (Castro Alves), dentre inúmeras outras, foram adaptadas e quadrinizadas. A partir da década de 1950 lançou quadrinizações memoráveis como A Bíblia em Quadrinhos, História do Brasil e Os Lusíadas. O legado da EBAL e de Adolfo Aizen é inegável diante da diversidade temática que tomou as livrarias e bancas de jornais a partir da década de 1980 e vem aumentando ainda mais nos dias de hoje. Atualmente, a variedade de temas e histórias permite que qualquer professor possa identificar materiais apropriados para serem trabalhados em sala de aula, seja qual for a faixa etária, nível de ensino ou assunto a ser tratado.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Em breve entrevista com a Presidente da ABRAHQ - Agata Desmond

Olá Pessoal!

A boa notícia de hoje é que, em breve, publicaremos uma entrevista exclusiva com Agata Desmond que além de Presidente da Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos - ABRAHQ, também é pesquisadora, escritora, roteirista, diretora, membro da Confraria do Gibi/RJ e curadora dos acervos de Edmundo Rodrigues e Flavio Collin.

AGUARDEM!


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Publicações de André Smarra e Cesar Lotufo, sobre HQs e Educação, Ganham Destaque na Universidade Estácio de Sá

Os autores deste blog (André Smarra e Cesar Lotufo) tiveram seus trabalhos, livros e palestras divulgados no informativo "COMUNIC@ÇÃO" da Universidade Estácio de Sá - Campus Nova América. Aproveitamos para agradecer todo o apoio, carinho e confiança que a Estácio tem depositado em nós!

A CONSTRUÇÃO DOS HERÓIS NA IDENTIDADE NACIONAL DOS POVOS: OS QUADRINHOS E A MEMÓRIA SOCIAL DOS MITOS

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Povos diferentes, como por exemplo os assírios, babilônios, gregos e romanos, fundaram suas tradições guerreiras a partir de uma constante luta contra seus vizinhos pela expansão territorial e supremacia cultural. Essa necessidade de guerrear que permanece viva em muitas sociedades contemporâneas, marcou o tempo histórico, assim como os deuses e semideuses em suas constantes lutas deixaram as suas marcas no tempo mítico da memória social dessas civilizações clássicas. Entendemos que o mito é uma fala que pode ser construída de tudo que imaginarmos. 

É uma mensagem aparentemente despolitizada que representa interpretações sobre domínios empíricos dos grupos sociais, sendo, dessa forma, apropriado por estruturas de poder e/ou de controle que distorcem suas características de magia inocência, tornando-os armas perigosas e instrumentos de dominação, sobretudo onde dominam a falta de informação, a ignorância, enfim, a alienação. Pode-se dizer que o mito é uma narrativa sim, mas especial, uma fala que deve ser localizada em tempos imemoriais e que não vai direto ao assunto porque “esconde” um mistério sobre os povos. 

Dessa forma deve-se entender que o mito necessita de interpretação, deve ser decodificado, decifrado, pois a sua “verdade” deve ser investigada em outra lógica permitindo-nos afirmar que os narradores dos mitos não são mentirosos e por essas lógicas fabulosas possuem uma grande eficiência no funcionamento das sociedades. A indústria dos quadrinhos, sobretudo em sua Era de Ouro, apresentava seus heróis superpoderosos ou não, seguindo essa linha antropológica de confrontação entre o mundo do “bem” – nós, os civilizados -, e o do “mal” – os outros, os bestiais, os primitivos –, muitas vezes confundido com a África, o Oriente Próximo, e o Extremo Oriente e as florestas equatoriais da América do Sul e da Oceania, lugares não muito conhecidos até meados do século XX. 

O exótico invade as mentes de roteiristas, desenhistas e leitores das HQs, ideologizando seus pensamentos sobre os habitantes e os cenários dessa geografia pouco conhecida no Ocidente. Essa ideologia ocidental que perdura até hoje em roteiros ficcionais para muitas HQs, longa metragens, desenhos animados e seriados de TV foi coroada, naquela época, por viagens realizadas pelo mágico Mandrake e seu fiel ajudante Lothar (Lee Falk e Phil Davis, 1934), a dois países distantes, habitados respectivamente, por faquires e por humanos pequeninos em duas quadrinizações clássicas, de 1935 e 1936, repletas de etnocentrismo, já que esses lugares imaginários foram localizados numa Ásia com palácios muçulmanos nas selvas da Índia recheadas de tigres, junto a desfiladeiros tibetanos com lagos cheio de crocodilos e tortuosos caminhos protegidos por seres grotescos fantasiosos, como se retirados da famosa Odisseia de Homero. 

A necessidade dos heróis e super-heróis no mundo atual é resultado de uma operação cognitiva de grande impacto psicológico, diante das críticas sociais construídas em diferentes contextos históricos, como ocorreu no surgimento do Capitão América, durante a II Guerra Mundial, ou do Super-Homem, diante do medo da ascensão do nazi-fascismo.