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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

UM MUNDO DE QUADRINHOS NO CHILE OU COMO ESTAMOS DEFASADOS NO BRASIL.


Continuando os relatos sobre minhas aventuras quadrinhísticas em Santiago falarei sobre o mercado e a distribuição de um modo geral, principalmente quanto às obras estrangeiras.

No Chile não há uma editora própria que faça a tradução dos quadrinhos de outras línguas, como Marvel e DC, tendo que importar todas as revistas da Espanha, aonde se traduz e realiza a distribuição. O que, num primeiro momento, se mostra uma desvantagem em razão da logística e custo, logo se percebe o excelente custo benefício, uma vez que a Espanha traduz quase que tudo de interessante que há no mundo dos quadrinhos.

Tendo em vista os inúmeros acordos comerciais e de livre comércio que o Chile possui com vários países o produto final não chega tão caro às prateleiras ao tempo que se consegue uma vasta variedade de títulos que jamais chegaram ou chegariam no mercado brasileiro.

Como já dito, tirando o Condorito, não há quadrinhos em bancas de jornais, diferente do Brasil, sendo a venda restrita às comic shops. Assim, enquanto que aqui ficamos felizes em encontrar nossas revistinhas na banca perto de casa e com duas prateleiras de quadrinhos mais caros e diferenciados em algumas livrarias, lá temos lojas inteiras, assim como nos Estados Unidos, destinadas à nona arte e com uma quantidade absurda de opções em espanhol, incluindo quadrinhos americanos, europeus e mangás.

Assim, para evitar a falência consegui adquirir alguns títulos variados e que sabia que jamais encontraria por aqui, principalmente de europeus, tais como Crônicas de Wormwood de Garth Ennis, o mesmo autor de Preacher, que trata do anticristo, que já vive aqui na Terra como dono de um canal a cabo; uma história inédita de Indiana Jones (sou fã incondicional): Indiana Jones e a Tumba dos Deuses; Pela Editora Norma alguns quadrinhos europeus como o espanhol Peregrinos del infierno de Antonio Segura e José Ortiz, esse último já conhecido do público brasileiro pelas poucas obras que chegaram aqui pela extinta Heavy Metal; a italiana O escorpião, famosa saga a lá Zorro de Desberg e Marini e a francesa Estela, uma obra de ficção científica Morvan e Buchet que narra as histórias e uma nave que busca novos mundos colonizáveis tendo como personagem principal a única humana a bordo chamada Navis que procura por outros de sua espécie, obra essa que ganhou por dois anos o prêmio Angoulême.


E tudo isso só para vermos como ainda estamos engatinhando quando se fala em acesso à quadrinhos mais rebuscados, mais alternativos e de qualidade.

Quem for em Santiago não deixe de ir nas comic shops, principalmente do bairro da Providence.
           
Boa leitura!


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