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sexta-feira, 25 de março de 2016

ZUMBIS: ENTENDENDO OS VIVOS E UM GÊNERO MULTIMIDIÁTICO


Para quem já acompanha e é fã dos mortos vivos alavancados pelos clássicos de George Romero sabe que além de ser um gênero do terror em seus melhores momentos proporciona profundas reflexões sobre a vida.

Sim! Através de um cenário do absurdo bons roteiros colocam em questão conceitos como civilização, relacionamentos e a vida como um todo. Ou seja, quando nem mesmo a morte é certa como se manter em segurança e quais os delicados alicerces que sustentam aquilo que denominamos civilização? Assim como em Ensaio sobre a cegueira de Saramago percebemos o quão frágil são nossos valores civilizatórios.

E de forma surpreendente o gênero acabou invadindo a cultura pop e tornando-se um fenômeno midiático. Tendo se iniciado no cinema com a trilogia dos mortos de Romero em 1968 com noite dos mortos vivos cujo protagonista é um negro sensato em meio a vários brancos que se rendem à ganancia e ao medo, hoje o mestre leva os seus desmortos para os quadrinhos sob o lápis do competente Alex Malleve com o bacana Império dos Mortos que narra a história de cidades que já se encontram razoavelmente organizadas para conviver com o problema dos zumbis.

Porém, um dos maiores responsáveis pela revisão do gênero e sua atual popularização foi Robert Kirkman com seu aclamadíssimo Walking dead, série de quadrinhos ganhadora de vários prêmios lançada aqui no Brasil pela HQM Editora e adaptada com sucesso para a TV, embora com várias diferenças de seu original, mas ainda acompanhando um grupo de humanos que tenta sobreviver ao holocausto zumbi, embora, sem dúvida, os principais problemas e conflitos enfrentados decorram dos vivos e não dos mortos em tramas brilhantemente elaboradas.

E outra grande obra que trabalhou de forma interessante o tema foi Guerra Mundial Z, um best-seller escrito por Max Brooks que ganhou uma versão cinematográfica protagonizada por Brad Pitt e mostra zumbis mais revigorados, diferentes da versão tradicional lenta com olhar perdido numa infestação de proporções mundiais, tocando temas como refugiados e imigração. E o autor também levou o tema para os quadrinhos com o curioso Ataques Registrados, o qual narra a presença de zumbis em vários períodos da história com a arte detalhista de Ibraim Roberson.

Assim, não esqueçam de mirar na cabeça e boa leitura!


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