Podemos afirmar
que as Histórias em Quadrinhos, doravante HQs, vão ao encontro das
necessidades interpretativas e ideológicas dos seres-humanos, a partir do
momento em que utilizam símbolos e códigos comunicacionais da cultura enquanto
ferramenta normatizadora dos grupos sociais: a imagem e, por extensão, a imagem
gráfica (LOTUFO e SMARRA, 2012a).
Os homens pré-históricos, por
exemplo, transformaram as paredes das grutas, cavernas e abrigos sob rocha, em
grandes painéis gráficos, onde registravam a sua interpretação de mundo, com
relatos de uma caçada bem sucedida, em que a cena gráfica do painel de Arte
Rupestre continha informações sobre os animais e os ecossistemas predominantes
da região. Também pintavam cenas do cotidiano de seus grupos sociais, símbolos
cósmicos e astronômicos, além de outros grafismos abstratos, enfim, diversos
elementos que compunham sua comunicação e arte.
Coelho (1991) descreve que quando
o homem das cavernas gravava duas imagens, sendo uma dele sozinho e outra de
uma presa abatida, poderia estar, na verdade, gabando-se de uma caçada bem
sucedida, mas, também, estar fazendo o registro da primeira história contada
por uma sucessão de imagens. Até os dias atuais, crianças começam a transmitir
suas impressões do mundo através de desenhos que, apesar de nem sempre lembrarem
as pessoas ou objetos retratados, conseguem transmitir a informação, ou seja, a
comunicação é estabelecida.
Fonte: LOTUFO, C. A. ; SMARRA, A. L. S. . Os Super-Heróis Brasileiros que Educam por Meio dos Quadrinhos. In: Nataniel dos Santos Gomes; Daniel Abrão. (Org.). Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades - Refletindo sobre o uso das Histórias em Quadrinhos em Sala de Aula. 1ed.Curitiba: Appris, 2014, v. , p. 157-176.
Pintura rupestre encontrada no Parque Nacional da Serra da Capivara, Piaui, Brasil.
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