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sexta-feira, 3 de março de 2017

LOGAN: A JORNADA DE UM HERÓI


Assim que foi anunciado o terceiro e suposto último filme do Wolverine encarnado pelo astro Hugh Jackman o vincularam à série “O velho Logan” escrita por Mark Millar e ilustrada por Steve Mcniven por narrar uma história num futuro em que o mutante estaria mais velho e com seu fator de cura debilitado.

            Mas, com a estreia verificou-se que tirando esses dois elementos não há relação alguma entre as duas obras.

            Nos quadrinhos em razão de uma carta branca dada pela Marvel a Millar este pode narrar uma história envolvendo vários conceitos da editora num mundo em que os vilões venceram e Logan mora com sua família numa terra desolada sendo molestado por uma família de Hulks caipiras quando recebe a visita do Gavião Arqueiro já cego, mas que consegue ainda dirigir um aranhamóvel (?!) que o convida para ajuda-lo na entrega de uma misteriosa encomenda. Sendo um road movie, a história é repleta de reviravoltas em que Wolverine tenta negar e conter suas origens em razão de uma culpa que carrega enquanto é constantemente testado em uma jornada de grandes descobertas.

            Já no filme, também no futuro, os mutantes estão praticamente extintos e Logan vive como motorista de limusine, mas bastante debilitado, tentando cuidar do já idoso Charles Xavier com a ajuda de Caliban, um mutante que tem a capacidade de rastrear outros mutantes. O roteiro mistura várias referências dos quadrinhos, mas principalmente a criação dos carniceiros liderados por Donald Pierce que visam eliminar os mutantes e a introdução da X – 23, uma menina que foi criada para ser uma arma viva e que consegue fugir de seu cativeiro e agora precisa de ajuda contra seus algozes. (qualquer semelhança com nosso Logan não é mera coincidência).

            Embora, siga por um caminho distinto o filme resgata e trás para a tela o Wolverine que todo fã espera ver, taciturno e selvagem, em um roteiro muito bem construído e dramático, com alguns pontos de humor muito bem colocados para quebrar a tensão da película que, além de bastante violento (não recomendado para crianças pequenas) é bastante maduro, numa grande  homenagem ao universo mutante edificado nos cinemas que, embora com uma cronologia bastante comprometida, teve o mérito de inaugurar uma nova estética de filmes baseados em quadrinho nos cinemas.

            Com influência de filmes como Os Imperdoáveis é Shane, aqui conhecido como Os brutos também amam, sua maior homenagem na figura do herói solitário que surge a pedido de um menino para salvar uma vila de terríveis bandoleiros. Existem teorias que nesse filme tudo não passaria de imaginação do menino, demonstrando a necessidade da fantasia como veículo condutor de valores e construção do caráter, assim como o Wolverine construído pelas histórias em quadrinho e idealizado pela jovem do filme que, de certa forma existe, quando se manifesta em condutas que a ficção inspirou.

            Assim, o filme é emocionante, como já bem definido pela crítica é um drama com ação em que os personagens são muito bem construídos e toda violência serve apenas para contar uma história sobre laços, culpa e principalmente, família.


            Boa leitura e bom filme!




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