Assim que foi anunciado o terceiro e suposto último filme
do Wolverine encarnado pelo astro Hugh Jackman o vincularam à série “O velho
Logan” escrita por Mark Millar e ilustrada por Steve Mcniven por narrar uma
história num futuro em que o mutante estaria mais velho e com seu fator de cura
debilitado.
Mas, com a
estreia verificou-se que tirando esses dois elementos não há relação alguma
entre as duas obras.
Nos
quadrinhos em razão de uma carta branca dada pela Marvel a Millar este pode
narrar uma história envolvendo vários conceitos da editora num mundo em que os
vilões venceram e Logan mora com sua família numa terra desolada sendo
molestado por uma família de Hulks caipiras quando recebe a visita do Gavião
Arqueiro já cego, mas que consegue ainda dirigir um aranhamóvel (?!) que o
convida para ajuda-lo na entrega de uma misteriosa encomenda. Sendo um road movie, a história é repleta de
reviravoltas em que Wolverine tenta negar e conter suas origens em razão de uma
culpa que carrega enquanto é constantemente testado em uma jornada de grandes
descobertas.
Já no
filme, também no futuro, os mutantes estão praticamente extintos e Logan vive
como motorista de limusine, mas bastante debilitado, tentando cuidar do já
idoso Charles Xavier com a ajuda de Caliban, um mutante que tem a capacidade de
rastrear outros mutantes. O roteiro mistura várias referências dos quadrinhos,
mas principalmente a criação dos carniceiros liderados por Donald Pierce que
visam eliminar os mutantes e a introdução da X – 23, uma menina que foi criada
para ser uma arma viva e que consegue fugir de seu cativeiro e agora precisa de
ajuda contra seus algozes. (qualquer semelhança com nosso Logan não é mera
coincidência).
Embora,
siga por um caminho distinto o filme resgata e trás para a tela o Wolverine que
todo fã espera ver, taciturno e selvagem, em um roteiro muito bem construído e
dramático, com alguns pontos de humor muito bem colocados para quebrar a tensão
da película que, além de bastante violento (não recomendado para crianças
pequenas) é bastante maduro, numa grande
homenagem ao universo mutante edificado nos cinemas que, embora com uma
cronologia bastante comprometida, teve o mérito de inaugurar uma nova estética
de filmes baseados em quadrinho nos cinemas.
Com
influência de filmes como Os Imperdoáveis é Shane, aqui conhecido como Os
brutos também amam, sua maior homenagem na figura do herói solitário que surge
a pedido de um menino para salvar uma vila de terríveis bandoleiros. Existem
teorias que nesse filme tudo não passaria de imaginação do menino, demonstrando
a necessidade da fantasia como veículo condutor de valores e construção do
caráter, assim como o Wolverine construído pelas histórias em quadrinho e
idealizado pela jovem do filme que, de certa forma existe, quando se manifesta
em condutas que a ficção inspirou.
Assim, o
filme é emocionante, como já bem definido pela crítica é um drama com ação em
que os personagens são muito bem construídos e toda violência serve apenas para
contar uma história sobre laços, culpa e principalmente, família.
Boa
leitura e bom filme!
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