Já há algum tempo o mercado de quadrinhos criou um nicho
próprio para obras biográficas, passando por obras independentes e autorais até
histórias sobre astros da música.
E não
poderia ser diferente a mídia escolhida para contar as desventuras de um dos
mais célebres criadores de nosso tempo, responsável por alguns dos personagens
mais queridos da atualidade: Stan Lee.
Como a
obra é autobiográfica tem suas vantagens e desvantagens. Escrita por ele e pelo
fabuloso Peter David temos o próprio Stan narrando sua infância pobre em Nova
York, seus primeiros empregos escrevendo obituários e como lanterninha de
cinema até que começou a trabalhar numa editora a convite de um tio, aonde
também publicava quadrinhos, a Timely Comic, aonde conheceu aquele que seria um
grande parceiro: Jack Kirby.
Foi quando
ele começou a trabalhar como roteirista. Narra como se casou, a criação de seus
grandes personagens, os problemas enfrentados com o comic code, um selo de
censura para quadrinhos e como ajudou a criar a Marvel, embora ele nunca tenha
sido o dono da editora, como muitos pensam.
Assim,
Stan se apresenta de forma galhofeira, assumindo o personagem que ajudou a construir,
como um velhinho simpático e criativo, imagem essa que cresceu bastante com
suas inúmeras aparições nos filmes da Marvel (o que também é citado no livro).
Mas, como é escrito por ele, a
obra acaba se tornando parcial, contando as coisas apenas segundo seu ponto de
vista, em que conflitos são tratados como se fossem mero mal entendido, como os
que afastaram Jack Kirby e Steve Ditko por nunca serem creditados.
De qualquer forma a obra é
bastante divertida e consegue passar um pouco da vida e do processo criativo de
um dos criadores mais importantes para a cultura pop do século XX.
Boa leitura.
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