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sexta-feira, 19 de junho de 2015

A santíssima trindade (dos quadrinhos) e a mudança de um paradigma


Bem, esta minha postagem não trará grandes novidades para os leitores mais antigos, mas creio relevante render homenagens, definir marcos e referências para os recém chegados.
Infelizmente, até os dias de hoje, os quadrinhos ainda são vistos como um passa tempo infantil, com roteiros pueris e desenhos cartunescos, simplificando a leitura dos mais jovens. Porém, desde os anos 80 isso já não é bem assim.

É claro que antes disso, na Europa, os quadrinhos já possuíam um outro status mais maduro, porém, apenas com a indústria editorial americana esse novo paradigma ganha relevo para a cultura pop com a ajuda de três grandes autores, responsáveis por elevar a nona arte a um outro nível: Frank Miller, Alan Moore e Neil Gaiman, sendo esses dois últimos ingleses.

O primeiro, mais afeito à literatura noir e personagens urbanos, teve sua grande chance na Marvel desenhando e depois também roteirizando as histórias do Demolidor, sendo o criador da personagem Elektra, criou Ronin e indo para a DC participou de Batman – ano um e criou um dos maiores clássicos dos quadrinhos: O Cavaleiro das trevas, o qual é utilizado como base para o novo filme do homem morcego em que enfrenta o Superman.

Alan Moore, considerado o bruxo dos quadrinhos, revolucionou a indústria com seu novo olhar sobre o Monstro do Pântano e A Piada Mortal, onde o Curinga aleija Bárbara Gordom, a Batgirl e roteirizou o grande V de Vingança. Mas, foi com Watchman que ele reformulou todo o conceito de herói  já tão  sedimentado na indústria, descontruindo o mito e passando a limpo as principais questões políticas dos anos 80, sendo considerado um dos 100 melhores livros do século XX, o que rendeu um surpreendente filme dirigido pelo competente Zack Snyder.  

E por último, mas não menos importante, Neil Gaiman, o contador de histórias. Como em contos de fadas suas histórias sempre passeiam pela magia, personagens intrigantes e algumas doses de terror. Com obras fabulosas como Orquídea Negra e Os Livros da Magia e outras mais autorais como Violent Cases e Mr. Punch foi com Sandman que ele prestou sua grande contribuição. Criando uma grande mitologia em torno dos Perpétuos, tem como ponto central o Senhor do Sonhar, costurando histórias de família, pesadelos e fantasia com a participação de várias lendas do mundo a obra se torna uma saga fabulosa contribuindo com a elevação dos quadrinhos ao patamar dos melhores clássicos da literatura.


Bem, e isso é só o básico.


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