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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quadrinhos são para adultos e desenhos animados para crianças. Ou seria o contrário?


Sei que esse é um blog de quadrinhos, mas gostaria de fazer um paralelo com uma mídia muito próxima: a animação.

Eu cresci nos anos 80 assistindo de forma entusiasmada desenhos animados que repetiam a mesma fórmula, a da perseguição, do Tom e Jerry e Papa Léguas, ou de heróis contra vilões na eterna luta contra o mal, dos mais infantis, como Formiga Atômica e Batfino até os pseudos adultos, como Homem Pássaro e Herculóides.

Na verdade, esses últimos emulavam o modelo maniqueísta dos quadrinhos de heróis, com personagens próprios ou adaptações, mas sem grandes novidades e assistindo hoje vejo como eram ingênuos.

É claro que nesses mesmos anos 80 esses quadrinhos de heróis tiveram grandes avanços narrativos, como já mencionado nesse mesmo blog, porém, não foi muito além disso, ou seja, até hoje ao se ler qualquer quadrinho ocidental da Marvel ou DC, na maioria das vez vamos nos deparar com a velha história dos heróis tentando evitar a ameaça de um grande vilão ou esse vilão tentando se dar bem ou se vingar do herói.

Diante disso, fico me perguntando como essa fórmula não se desgasta, como pode durar tanto tempo? Por isso, creio que o público queira mais, exija mais e, também por isso vemos tantas novas opções na nona arte.

E então, voltando aos desenhos, creio que o próprio universo dos heróis deverá sofrer uma mudança se quiser sobreviver, pois a nova geração não mais vai engolir esse padrão já tão batido, como já não vem engolindo, pelo que se observa com o nível dos atuais desenhos animados.

É absurda a liberdade criativa e as inúmeras possibilidades que vem se chegando as atuais animações feitas para TV. Não há mais bem e mal, para início de conversa, tudo é mais nebuloso, o que é diferente de sombrio, pois mesmo com suspense as histórias são engraçadas, divertidas, mas sem estereótipos e que deveria ruborizar nossa geração.
As coisas estão mudando e essa garotada acompanha com olhos abertos e estão formando pessoas muito mais abertas e plurais.

Citando apenas alguns exemplos, os quais realmente recomendo que assistam, pois é o que irá moldar a próxima geração, podemos falar do Fantástico Mundo de Gumball que é um gato que tem um irmão adotivo que é um peixe e vivem histórias fantásticas, como a aventura de tentar impedir que aconteça o que foi previsto por uma menina na escola na pintura de um quadro que retratava o Gumball pelado no shopping debaixo de uma chuva de esquilos.

Ou na Hora de Aventura em que Finn, um garoto e Jake, seu amigo cachorro mutante que se estica, vivem aventuras num mundo fantástico e psicodélico, como certa vez que o desenho todo mostra o rabo de jake que se estica durante o seu sono e assume um personagem de palhaço e começa a trabalhar num circo de pulgas.

Ou  o Titio Avô, um sujeito que tem uma pochete falante, um amigo dinossauro e outro que é uma fatia de pizza e uma tigresa voadora surreal (sem comentários).

Ou o grande Clarêncio, o otimista, que já teve um episódio inteiro dentro da sala de espera do médico enquanto espera a mãe vivendo uma das maiores aventuras que poderia ser vivida por um garoto.

Isso apenas para demonstrar em poucas linhas o que imaginação e vontade de algo novo pode fazer.


Bom desenho!!!

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