Pesquisar este blog

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Quadrinhos e política

Sempre defendi que os quadrinhos não funcionam como manuais, ou seja, não servem para serem didáticos, pois correm o risco de minimizarem a questão problema. Porém, sem dúvida, devem abordam temas suscitando reflexões e questionamentos. E a política, mesmo a partidária e republicana, não se esquiva disso.

Inclusive, a primeira história em quadrinhos que me tornou um leitor assíduo, foi uma intitulada “Capitão América para presidente”. Ela foi lançada em 1980, mas publicada aqui pela Abril em 1984 e narra um atentado contra o congresso de um partido político independente dos EUA que é obviamente mal sucedido pela intervenção de nosso herói, o qual passa a ser cogitado como candidato à presidência. Isso ganha os jornais e levanta várias questões em razão do símbolo que ele representa, mas também dúvidas sobre como ele lidaria com o oriente médio e a expansão da então União Soviética.

A maturidade dos temas tratados fugia tanto dos já cansativos embates entre heróis e vilões que me despertou o interesse de acompanhar esse universo que é tão múltiplo, percebendo como era possível lidar com tais assuntos, mas de forma tão interessante.

Mais recentemente tivemos a série Ex Machina, escrita por Brian K. Vaughan e lançada em sua íntegra aqui no Brasil pela Panini e que narra a história daquele que seria o único heróis que já existiu na Terra que tinha o dom de se comunicar e falar com as máquinas. Porém, depois de um tempo ele percebe que seria muito mais útil e suas ações atingiriam um número muito maior de pessoas se ele fosse prefeito. E assim, ele se candidata e se torna prefeito de Nova York tendo que lidar com situações como racismo, casamento gay e problemas de energia.

Assim, não como cartilha, mas com histórias instigantes e provocativas os quadrinhos também despertam o interesse e a consciência política.


Nenhum comentário:

Postar um comentário